30 de out. de 2012

Wood be nice

Wood be nice é um projeto criado há cerca de dez anos na Romênia por Daniel Loagăr e Andrei Cornea que transpõe para a madeira retratos antigos ou perdidos - boa parte deles de conotação artística - que já não existem mais no mundo concreto e só podem ser rastreados na web.


O projeto traz as imagens para o mundo tangível - a madeira - como uma espécie de transmutação para que possam novamente ou plenamente ser admiradas, tocadas, penduradas em uma parede ou oferecidas de presente.



Graças ao sucesso e repercussão obtidos, outros artistas se uniram recentemente a Daniel e Andrei e criaram extensões naturais da proposta inicial - Bucharest on wood e Killed by the sound - onde além das fotos, colagens de figuras e objetos na madeira procuram materializar ambientes, características e situações da capital, Bucareste. Mosca branca!














Daniel Melim e a subversão dos clichês

Desde meados de julho, quem passa pela Avenida Prestes Maia, em São Paulo, se depara com um impressionante mural de 33 metros de altura na fachada de um prédio antigo, parte da degradada região da Luz. O trabalho feito com estêncil pelo artista Daniel Melim tem forte influência da pop art de Roy Lichtenstein e é referência daquilo que podemos chamar de subversão dos clichês.


Toda a publicidade plastificada em torno do american way of life sempre marcaram a obra de Melim. Os estênceis de rostos de homens e mulheres sorridentes até parecem sinalizar uma vida perfeita, porém vêm ácidos em sua crítica.



"Eu gosto de trabalhar bastante essa questão do clichê e de ilustração dos anos 50. E essa imagem meio que lembra propaganda, só que eu a coloco em outro contexto. O sentido dela muda, dá uma ironia", sugere.



Com exposições na Espanha, Inglaterra e França em seu currículo, Daniel Melim tem sua produção caracterizada pela escolha dos locais, buscando espaços deteriorados que fornecem inúmeros elementos compositivos (cor, textura, posição). Boa parte desses trabalhos estão localizados em bairros afastados do ABC Paulista (subúrbio de São Paulo) – como o Projeto Jardim Limpão - atingindo um público que normalmente tem pouco acesso à arte.



Curti pacas!

29 de out. de 2012

Parabolicamará

A artista plástica brasileira Isabel Löfgren finalizou no primeiro semestre deste ano um belíssimo projeto de intervenção urbana em Estocolmo chamado Satellitstaden.


Cerca de mil antenas parabólicas foram cobertas com capas de tecido colorido. Vale ressaltar que as tais parabólicas não são permitidas pelas autoridades suecas e foram instaladas em Fittja, um subúrbio da capital, por imigrantes vindos em geral do Curdistão e da Assíria. Funcionando quase que como uma gambiarra nas fachadas e nas varandas dos apartamentos, as antenas possibilitam aos imigrantes ver canais de televisão dos seus países, o que ajuda a matar a saudade de casa.


Segundo Isabel, 'ao assistir os canais de seus países, os imigrantes se mantêm conectados aos assuntos políticos de seu povo e muitos se mantêm muito ativos nas questões políticas na emancipação de seus povos'.


Em troca da capa colorida, os moradores contaram as histórias de seus exílios e o papel da televisão de seus países em sua vida cotidiana na Suécia. Estas histórias foram reunidas, editadas e publicadas neste website.


O projeto foi realizado em parceria com o artista plástico sueco Erik Krikortz e contou com o apoio do Botkyrka Konsthall (um centro de artes local).

(Referência: Blog da Anna Ramalho)

Borboletas na Barriga


O achado de hoje atende pelo nome de Mel Kadel. A ilustradora americana trabalha com a perspectiva do desafio e como ele condiciona a nossa existência.


"Por muito tempo, eu desenhei essas imagens únicas, onde existia apenas um personagem em um desenho que estava enfrentando um desafio. Eu ainda faço isso, mas ultimamente tenho me atentado mais a grupos de pessoas. Na minha percepção, existe algo mais positivo na luta por um desafio, quando existe um sistema de suporte onde você possa se apoiar"




 Trabalhando com papéis envelhecidos naturalmente ou propositalmente - graças à manchas de café - Mel expõe como poucos o que é na prática aquela velha expressão 'borboletas na barriga', não acha?!







26 de out. de 2012

Nada como uma boa música para melhorar a comunicação

Principal violinista da South Carolina Philharmonic, Jarrod Haning mostra nessa apresentação do 
TEDxColumbia o supreendente poder da música no nosso cérebro. 


Segundo ele, a música atua da mesma maneira que a linguagem em sua concepção e, sobretudo, na sua compreensão. Deleite-se!

25 de out. de 2012

Seu mundo é uma bolha ou um tanque de guerra?

Como ver o mundo se os espaços de convivência e socialização estão cada vez mais restritos e limitados? Talvez a alternativa seja nos alojarmos em uma espécie de bolha ou, quem sabe, em um tanque de guerra.


Esse é o pressuposto que norteia a obra do artista japonês Masakatsu Sashie, que explora o que seria um pós-apocalipse em suas pinturas.  



As tais bolhas gigantes ou aquários adornados por logotipos e objetos icônicos do universo cultural japonês parecem levitar, enquanto tanques de guerra carregados de fragmentos de vending machines, placas de fast food e personagens de video game avançam sobre o que pode ter 'sobrevivido a tudo'...





Aterrador, não?!  

24 de out. de 2012

A orquestra customizada do designer Diego Stocco

O italiano Diego Stocco faz muito sucesso na web pelo jeito inusitado de produzir sons que incrivelmente se tornam música. Assim como o nosso Naná Vasconcelos, ele pode ser chamado de um sound designer, já que concebe instrumentos musicais completos a partir de peças esquecidas em sua casa ou encontradas em terrenos baldios. 

  
Não é só na web que ele faz sucesso, é bom ressaltar, seus trabalhos recentes incluem desde a sonorização da games famosos como a série Call of Duty até participações em seriados hypados como Dexter.


Pois bem, a última do Diego é a Custom Built Orchestra, que nada mais é do que uma coleção de instrumentos inteiramente customizados por ele para serem tocados juntos - alguns dos instrumentos você pode visualizar nesse post e outros constam no link com a descrição completa.



Como não poderíamos ficar só na imaginação, ele gravou um videoclipe para nós. Dá só uma olhada nisso:

The Sketchbook Project

Imagine uma biblioteca constituída exclusivamente de moleskines cujas páginas abrigam desenhos de gente de todo o mundo... Pois é, ela existe e está localizada no bairro do Brooklyn, em Nova York. É lá, na Brooklyn Art Library, que se encontra o acervo de um sensacional projeto que se chama The Sktechbook Project


O projeto já tem quatro anos e funciona assim:  os participantes - qualquer um, inclusive eu e você - pagam uma taxa de US$ 25, escolhem um tema e recebem um moleskine pelo correio. Preenchem com os desenhos que quiserem e depois o retornam. A taxa cobre a ida e volta do caderno, bem como o tour nacional ao qual ele será submetido - sim, ele vai rodar por feiras e exposições em várias cidades americanas, até ser devidamente guardado na Biblioteca em Nova York, com um código de barra para ser facilmente rastreado.  


Só neste ano, foram enviados cerca de 35 mil cadernos e quase 12 mil foram recebidos de volta. Conheça mais detalhes no vídeo abaixo:

23 de out. de 2012

E se Kafka fosse designer de casinhas de bonecas?!


Marc Giai-Miniet, o artista francês com carinha de bom velhinho, passou boa parte da sua vida empenhado em construir minaturas de dollhouses (casas de bonecas) meticulosamente complexas - algumas com apenas 36 centímetros de comprimento e 35 centímetros de largura.


Vale ressaltar, contudo, que não se tratam aqui de inocentes e angelicais 'residências' de bonecos de crianças. Muito pelo contrário! A impressão inicial ao se confrontar com sua arte remete imediatamente à atmosfera de um romance de Kafka - daqueles, sabe?! São ambientes lúgrubes atolados até o teto de livros empoeirados, escaninhos e banheiras pra lá do que se pode considerar um artigo digno da alcunha de 'pé sujo', um submarino embolorado jogado aqui, uma estátua da Virgem Maria cheia de rachaduras ali...




Ele mesmo explica o propósito do seu trabalho em entrevista concedida à Fast Company: "A ideia essencial, mas não é a única leitura que se pode fazer do tema que atravessa o meu trabalho, é a relação entre a sombra e a luz, entre o bem e o mal . A grande questão é: o que o ser humano é e porquê ele é assim e, finalmente, essa condição de vida tem chances de atrapalhar sua felicidade?"




Chocante, não?! A pergunta que fica: devemos agradecer ou não o fato de esse cara não trabalhar na Mattel???