19 de ago. de 2010

Insights do primeiro dia do Digital Age 2.0

"Every company is a media company". Com essa citação emprestada do jornalista Tom Foremski do Silicon Valley Watcher, o especialista em PR (com grande vocação para celebrity, diga-se de passagem) Brian Solis, autor do recém lançado Engage, prefaciado pelo queridinho do Twitter Ashton Kutcher, abriu o primeiro dia do Digital Age 2.0.


'Como influência não é popularidade, e sim persuasão', ninguém mais apropriado para tocar essas 'novas empresas midiáticas' do que um chief editorial officer, o novo CEO. Jornalista? Marqueteiro? Não se sabe. Fato é que essa pessoa tem como missão dar às pessoas um assunto para conversarem. Conteúdo? Não. Contexto. "Context is the king". Os trending topics vão e vem e nessa seara ganha mais quem consegue pular na garupa primeiro!


Uma das ferramentas interessantes mencionadas por Brian em sua apresentação foi o PeerIndex, índice criado por ninguém menos do que Bill Emmott, editor da Economist de 1993 a 2006,  que mede o grau de autoridade, atividade e audiência com base no perfil das pessoas existente em blogs, no Twitter, Facebook e no Linkedin. 

Clara Shih, eleita pela Fast Company uma das mulheres mais influentes do mundo da tecnologia e autora do best seller The Facebook Era, veio logo na sequência. Ela fez um apanhado geral do crescimento da utilização do Facebook no mundo, cujo destaque fica por conta da audiência crescente entre pessoas de 33 a 49 anos. O vídeo abaixo, exibido por Clara, faz uma bela paródia do Facebook trazido para o mundo offline:



Um caso bastante interessante mencionado por ela foi o da jovem Kimberly, dona de um pequeno spa e salão de beleza, que gastou 800 dólares para fazer um site pra lá de rudimentar e que não lhe trouxe qualquer tipo de retorno, até porque ela mal conseguia atualizá-lo. Aconselhada por amigos, Kimberly trocou o site estático por um perfil no Facebook, a custo zero, que hoje tem mais de mil seguidores. Taí uma alternativa bastante interessante para micro e pequenas empresas, que permite maior interação com os consumidores e eficiência na divulgação.

No período da tarde, uma ótima palestra de Marcelo Tripoli da iThink trouxe à tona a mitificação do termo digital. "Digital não é adjetivo!"


Dois cases singulares mostraram que o digital pode sim ser uma excelente maneira de agregar valor à experiência do consumidor. O primeiro, o Pizza Tracker da Domino's Pizza, premiado em Cannes, que consiste em um aplicativo que permite acompanhar em tempo real o estágio que está o pedido, e ainda mais, saber quem colocou a pizza no forno, que horas e quem a embalou, além de todo o trajeto até a entrega. O outro case é 'mosca branca' desde a raiz: trata-se do Hyundai Assurance,  um programa criado para  mostrar que, mesmo em tempos de crise, é possível comprar um carro, até porque, caso você não consiga pagar o seu financiamento, é possível devolvê-lo?!



Próximo tema: Direitos autorais na Era da Internet. Chato? Muito pelo contrário, graças à fantástica apresentação do advogado e professor da FGV-RJ, Sergio Branco. O mote: a incongruência da legislação vigente diante das novas formas de interação via web.

Eis um caso que eu não conhecia que resume a história toda - A americana Stephanie Lenz teve problemas com a gravadora Universal Music Group em 2007 por conta de um vídeo no YouTube. Naquele ano, Lenz filmou, durante 30 segundos, seu filho de 18 meses dançando a música “Let’s Go Crazy” do Prince. A gravadora enviou uma solicitação ao YouTube pedindo para que o vídeo fosse removido porque este violava os direitos autorais do artista. A gravadora foi atendida e o vídeo deixou de ser veiculado.


Depois de ter seu vídeo retirado do site, Lenz procurou a EFF (Eletronic Frontier Foundation), uma organização de especialistas em “free-speech” para a Internet, a fim de conseguir provar que estava usando de maneira adequada a música do cantor e que não violava seus direitos autorais. Ela também entrou com pedido de indenização contra a Universal, alegando que o pedido de retirada do vídeo, feito pela gravadora tinha sido um ato desnecessário e sem méritos. Por fim, a gravadora foi obrigada a pagar os honorários dos advogados de Lenz.


Um último insight de Sergio Branco: Se o Prince lá ou o Caetano aqui tem direitos autorais, o protagonista do video chupado do YouTube e exibido na TV aberta no domingo à noite também não deveria ter?

A mais esperada apresentação do dia coube ao consultor, empreendedor e investidor americano Guy Kawasaki, ex-evangelizador da Apple na década de 80, fundador da Garage Technology Ventures e autor de nove livros. O tema divulgado: "Inovação em Comunicação Digital: Run, Mad Men, Run". O tema apresentado: "Usos e aplicações para o Twitter".


Sempre é bom ter contato com um dos grandes especialistas do mundo digital como Kawasaki, mesmo que seja via videoconferencia, e seu AllTop, exemplar agregador de RSS para blogs e mídias sociais, mas lamenta-se aqui uma grande oportunidade perdida. De Mad Men, apenas o gosto na boca de whisky amanhecido...

2 comentários:

  1. Parabéns pelo resumo...

    Realmente um perfil no Facebook ou uma conta no Twitter podem trazer muito mais resultados para uma pequena empresa. Muito boa observação!

    Pena a apresentação do Kawasaki não ter sido tão boa.

    ResponderExcluir
  2. Ler os seus comentários sobre o primeiro dia do Digital Age só mostra como esse "mundo digital" é sensacional e repleto de possibilidades! Só deu muita vontade de ter conferido o evento tb!!

    ResponderExcluir