13 de ago. de 2013

SelvaSP resgata a arte da flanagem

Segundo João do Rio, no seu livro A alma encantadora das ruas: “Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e contar; ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite; meter-se nas rodas da populacha, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha da Saúde depois de ter ouvido, diletante de casaca, aplaudirem o maior tenor do lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja".




A flanagem, pois, está mais do que reestabelecida na ordem do dia com o genial SelvaSP, grupo de fotógrafos criado em 2012, que acaba de inaugurar uma exposição no Alberta #3, que pode ser visitada até 25 de setembro, de terça a sábado, a partir das 19h.









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