16 de mai. de 2011

Me empresta seu e-book?


Em tempos de literatura digital, o velho hábito de “surrupiar” a biblioteca alheia será substituído pela prática de descolar o link alheio. Quem patrocina a novidade são duas das maiores livrarias norte-americanas, Amazon e Barnes & Noble. Ao permitir a prática de empréstimo de suas versões digitais, elas causaram um rebuliço no mercado e já alimentaram o surgimento de pelo menos dois sites (BookLending e Lendle) especializados em serviços de intermediação entre os leitores. 


O funcionamento é simples. Pelo site das livrarias, o proprietário indica que quer emprestar o livro e informa nome e e-mail do agraciado. Este recebe uma mensagem, aceita a oferta e a operação se completa. Há algumas restrições: a editora da obra tem de concordar com a prática, cada empréstimo dura no máximo 14 dias e só pode ser feito uma única vez. Além disso, enquanto o exemplar estiver emprestado, o dono não poderá lê-lo. Cabe destacar também que nem o dono do livro nem quem o toma emprestado precisa, obrigatoriamente, ter o leitor eletrônico das livrarias (Kindle, da Amazon, e Nook, da B&N). As obras podem ser acessadas nos programas para PC, Mac, iPad, iPhone, BlackBerry e Android, que as empresas disponibilizam gratuitamente.


No esquema das livrarias, não existe a possibilidade de o leitor procurar um livro para empréstimo. Depende de uma combinação prévia com algum conhecido que possua o livro que ele deseja. Por isso surgiram os dois sites de intermediação, que se encarregam de listar o acervo dos usuários e facilitar a troca. Há ainda um subproduto interessante desta prática. Como o controle da operação fica a cargo das livrarias, que se encarregam de apagar o exemplar da conta de quem o tomou emprestado e retorná-lo para a conta do proprietário original, as tradicionais discussões sobre se o volume foi restituído (“claro que eu já te devolvi!”) ou não tendem a ser coisa do passado.

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