7 de abr. de 2009


Já ouviu falar de Nollywood? Trata-se do termo que encontraram para definir a 'insuperável' indústria de cinema nigeriana. Insuperável mesmo! De lá já saem anualmente 2.500 filmes, que giram algo em torno de US$ 250 milhões.

A Nigéria é hoje o maior produtor mundial de títulos de filmes, ultrapassando largamente a Índia, que tem cerca de metade do seu volume de produção, e os EUA, com perto de 500 títulos anuais. Os filmes, na sua maioria, contam com um orçamento abaixo de US$ 10 mil e são finalizados em cerca de dez dias. Os enredos, em geral, procuram refletir a rotina do nigeriano e seus percalços, como a AIDS, a miséria e a corrupção.

Segundo o jornal The Economist, o boom de Nollywood remonta a uma história interessante acontecida no início da década de 90. Um comerciante, chamado Kenneth Nnebue percebeu que poderia vender muito mais facilmente as fitas VHS que tinha em estoque se gravasse um filme nelas. Este pioneiro, ao invés de fazer cópias ilegais de filmes estrangeiros (que seria a saída mais fácil, apesar de ilegal) resolveu produzir um filme por conta própria. Foi assim que o filme Living in Bondage tornou-se o primeiro “blockbuster” do cinema nigeriano, tendo vendido mais de 750 mil cópias. A partir daí, o crescimento foi permanente.


Para entender o fenômeno Nollywood, há um ponto-chave: a abolição do uso de películas. Como não são exibidos em salas de projeção tradicionais, os filmes são produzidos em DVDs. Dessa forma, é possível, com um custo ínfimo, bancado por particulares, produzir cerca de 20 mil cópias de cada filme e vendê-los nos locais públicos (a US$ 3,00 em média), além de exibi-los, cobrando uma entrada barata em pequenas salas de exibição e em algumas emissoras de televisão. As capas são impressões simples e de baixa qualidade, assim como os cartazes de divulgação. Além disso, há um canal de satélite, o Africa Magic, que cobre toda a África e transmite os filmes nigerianos 24 horas por dia.


Apenas a título de registro... a Nigéria que, segundo a ONU, tem um padrão de vida pior do que o Haiti, a nação mais miserável da América Latina, não dispõe de Lei Rouanet nem equivalentes.

Referências: (Le Monde Diplomatique , ElPais e PSFK)

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