12 de jan. de 2012

The People's Supermarket

Uma minirrevolução silenciosa de modelo de negócios! Essa é a maneira como muita gente tem interpretado a ascenção meteórica do People's Supermarket, uma experiência londrina que acaba de completar um ano e meio de vida e que vem dando muito o que falar.


Na inauguração da empreitada, dia 1º de junho de 2010, funcionava assim: o cliente tinha de pagar 25 libras (cerca de 75 reais) por ano para se associar ao supermercado. Se trabalhasse quatro horas por mês na loja, varrendo o chão, tirando o lixo, fazendo pão ou operando o caixa, ganharia 10% de desconto em todas as compras. Em 24 horas, a loja tinha 100 associados. Hoje, 18 meses depois, são 1.100. E a sorridente Kate Bull, CEO da empreitada, está particularmente feliz porque, há menos de uma semana, conseguiu dar um passo importante para o desenvolvimento do negócio: em vez de 10%, os membros passaram a receber 20% de desconto.

O clima é de pressão zero. Voluntários podem até agendar suas 4 horas de trabalho pela internet. Quer saber o resultado? O investimento inicial na loja britânica foi de 175 mil libras, ou 535 mil reais. O faturamento de 2011 é de 1 milhão de libras, ou 2,9 milhões de dólares – um crescimento de 60% em relação ao ano passado.



Em geral, para todo artigo vendido há três opções: um produto barato, um de marca líder e outro ético – orgânico ou produzido na região. Como o item verde costuma vir mais caro do fornecedor, baixa-se a margem de lucro pra estimular o consumo.


Toda a identidade visual da marca, por sua vez, trabalha com o sentido de comunidade e democracia de acesso, em oposição ao elitismo e à ostentação. Além disso, há a preocupação em evitar o desperdício de alimentos e todos os resíduos produzidos na loja são destinados à compostagem.



O supermercado prioriza produtos locais, que incentivam a economia e agridem menos o ambiente, por diminuir as distâncias de transporte. Na geladeira da loja, por exemplo, as cervejas são todas produzidas por microcervejarias do leste de Londres. Foi decisão de assembleia: queremos cervejas locais.

Outra decisão da assembléia: o People’s Supermarket não vende cigarros porque, do outro lado da rua, tem um hospital. Os médicos louvaram a decisão.


Enquanto a assembleia de voluntários dá as cartas nas prateleiras, a CEO Kate Bull espera implantar no futuro o fracionamento de produtos, partindo cada vez mais para a venda a granel. “Em vez de um saco de açúcar, vamos vender uma xícara. Não queremos que você compre demais, como as cadeias fazem, com promoções de 3 pelo preço de 1. Queremos que você compre o suficiente”, conta, mirando uma possível expansão da loja.

Um comentário:

  1. Ah se todos os empreendedores pensassem assim. Teríamos mto menos desperdício e mto mais para somar. =)

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